POETA, INVENTADOR DE PALAVRAS
( ROSE AROUCK )
Eu posso inventar palavras
a literatura me permite isso;
desde que essa palavra
não seja em frase encurralada
e prove em essencial que eu existo.
Ninguém pode isso contestar;
o poeta é livre
para escrever e para falar.
Se a noite é escura
possa dizê-la "negrecência".
Se o céu é mesclado
nomeio com muito cuidado
para "céudesfurecência".
Se a dor de amor é forte
tomo pra mim o suporte
e digo que estou "amorelada".
se a saudade atormenta
persiste e em mim lamenta
espanto a tal "sautenciada".
Se no beijo demorado
está incluso o pecado
ao beijar fui "beijoglólica".
A tristeza quando chega
enfiando o pé na porta
com deprê que não se suporta,
arrasto-a para minha mesa
esganando-a com esperteza
dizendo que estou "furambólica".
Assim vou mesmo abusando
de minha forma de expressar,
do meu jeito, não me importando
se você vai ou não gostar.
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