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PRECE DE PELO AMOR ANDRÉ LUIZ
Jesus, Mestre e Senhor!... Um dia, no alvorecer do tempo humano, me destes a vida e um início para que eu lhes assumisse a continuidade, valendo-me de tuas mãos para seguir em frente em busca de mim mesmo, num ponto distante do futuro chamado por Ti de Evolução... Caminhei, Senhor, diligentemente, por incontáveis montes e vales existenciais aprimorando meu coração que era só você, em todos os momentos, sem noção exata de minha partida e sem saber como e quando seria o término da viagem... Ergui-me do chão para fitar os céus e meus olhos banhados de inocência, viram-te em toda a glória e esplendor nos fenômenos naturais que me circundavam, e o frágil entendimento curvou-se diante de tua força e sabedoria!... Entre temeroso e comovido, dei-te um nome quando te vi no Sol, outro nome quando estavas na Lua e outros tantos em cada estrela fulgente que divisei na grande abóbada do mundo, chorando muitas vezes, extasiado, diante de tua imensa grandeza! ... No entanto, um dia, vertidas longas faixas de tempo, pensei que me bastava e, forte e impetuoso, larguei de tua mão intentando caminhar sozinho pelas trilhas humanas que me destes por escola de aprimoramento... Seguro sobre os meus próprios pés avancei eras à dentro, levantando com meu suor e minha capacidade todas as civilizações da Terra, esquecendo-me pouco a pouco de Ti e de Tua presença indivisível nos frutos de minhas realizações...! Não mais estavas no Sol, que passei a examinar matematicamente, dando a ele densidade, peso e temperatura e classificando-o, muito embora respeitoso ainda perante sua tremenda força, como um astro a mais destinado a perecer impreterivelmente no tempo e no espaço, como tantos outros... Não mais te vi na suave luz emanante da Lua, transformada em luminosa porém vulgar decoração de minhas noites de festa e orgia... Embriagado de sentidos e licores, já não queria senti-la falando-me de Ti, em seus raios de lânguido esplendor... Também não mais estavas no céu, nas estrelas, na chuva, no vento, no trovão, no raio inclemente, no alto dos montes e no silêncio das tundras... Não mais estavas na dor de nascer e na dor de morrer, onde substitui tua interferência pela minha ciência, aclarando cada fenômeno conforme os meus conhecimentos e elucidando-os vagarosamente, degrau após degrau, creditando ao meu esforço pessoal cada derrota, cada vitória, cada passo além!... Não mais estavas em lugar algum de minha existência. Eu era, enfim, deus de mim mesmo... Conquistei o mundo assim, Senhor, submetendo-o ao meu entendimento e à minha inteligência, caminhando rumo à dominação completa de todos os elementos materiais do orbe com a segurança e o vigor do pequeno onipotente - teu reflexo! a viver em mim, silenciosamente... No entanto, inexplicavelmente, quando passei a dissecar pó e carne com maestria inigualável, quando dei por mim olhando o mundo com a serena sapiência dos gênios, descobri que nada sabia além de matéria e então, premido por angustiantes questões outrora desprezadas, passei a ver-Te novamente em todas as coisas, como se nunca tivesses estado ausente de minha vida por um momento que fosse!... Hoje, por faltarem-me elementos novos com que classificar a vida que prossegue impávida rumo à estação do futuro, que é sempre novo e belo, não obstante a imensa miséria humana e da qual ainda sou ativo participante, só me resta aceitar que Tu estás e estarás sempre em tudo: no Sol, na Lua, nas estrelas, no vento, na chuva, nos montes, nas tundras, na dor de nascer e na dor de morrer... Em tudo, Senhor, até em mim... Ciente de minha fragilidade, como outrora, preparo-me agora para analisar cientificamente Tua interferência sutil em tudo o que me rodeia, porém refazendo o gesto que separou-me de Ti, há tanto tempo atrás: seguro tua mão novamente e rogo, não deixes mais que eu me solte de Ti porque agora, para compreender como espírito o mundo que me destes por berço, necessito investigar o que seja o amor, elemento equalizador de todas as potências e que sei hoje emana somente de Ti, qual energia inestancável, e sem a qual é simplesmente impossível viver!... Assim seja! ANDRÉ LUIZ, IDEAL André, ditada em 12/Set/2002* Chico Xavier Beijos de Luz e Paz Rutinha Tube Libellule Graphisme Mask-Internet |
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