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[MISTURANDO-IDEIAS] A PÁSCOA...EUGÉNIO DE SÁ... FORMATAÇÃO E ARTE - BY ROSE.@

 

 
 

 


 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Meus Amigos;

 

Estamos na Páscoa. É, portanto, tempo de nós, os cristãos, celebrarmos o evento maior do calendário da nossa religião; a Ressurreição de Cristo; a vitória da vida sobre a morte. Um acontecimento ainda de maior importância e significado que o Natal.

No poema abaixo, está sinteticamente explicitado o Evento e os preceitos religiosos que o caracterizam. Mas é de outra ressurreição milagrosa que vos venho hoje falar. De outra vitória da vida sobre a morte; aquela que é hoje possível, graças à evolução da ciência médica, mais precisamente dos transplantes de órgãos humanos.

Deus, na sua infinita misericórdia, dotou o homem de inteligência para que lhe fosse possível evoluir como ser superior e potencializar as condições da vida humana sobre a terra. Ele tem-no feito, e assiste-se hoje a autênticos milagres no campo da medicina e da cirurgia, e outros se preparam para nos maravilhar e encher de mais justificada esperança. Falo de regeneração de células, de códigos genéticos e tantas outros avanços, sobretudo no âmbito da biogenética.

 

Pena que alguns homens não tenham intuído toda a nobreza da intenção divina e Lhe tenham aviltado a intenção, a ponto de fazer perigar a existência de vida no planeta. Mas isso são contas de outro rosário, não deste que me motivou a falar-vos nesta data.

 

 

  

                                          Cultura da vida e da solidariedade

 

Na lógica da fé cristã, a doação de órgãos inscreve-se no âmbito dos actos cujo sentido mais profundo é o de afirmar uma cultura da vida através da solidariedade.

Órgãos vitais que inexoravelmente se degradariam num corpo humano irremediavelmente perdido para a vida,  podem ser hoje ofertados e transferidos para salvar outras vidas, e reabilitar a saúde e alegria de viver de outros seres humanos. Está-se assim em presença de uma corrente solidária apoiada na ciência mas certamente proporcionada por desígnios mais altos.

Doar um órgão, vital ou não,  não é simplesmente dar "alguma coisa"; é dar algo de si mesmo. E esta é a expressão maior do amor, ainda que involuntariamente assumida, quando o decisor não pode ser o próprio.

E perguntamos-nos: porque seria estranho doar e receber órgãos? – Nas palavras do Apóstolo Paulo: "somos membros uns dos outros, constituímos um único corpo, cuja cabeça é o próprio Cristo".

 

 

 

                                   A mística na "ressurreição humana" 

 

No estrito sentido do termo, a ressurreição consiste no retorno da alma ao corpo, após a morte. Não é disso que se trata, uma vez que um transplantado não chegou, de facto, a abandonar a vida, senão que mantê-la seria difícil ou impossível, sem que essa prática fosse uma realidade de sucesso.

O corpo humano é uma via para que o espírito interaja com o mundo material. Com a morte, esta "máquina" que somos, embora de concepção divina, desagrega-se, tornando-se inútil ao "ser", que até então a animava.

 

Não me desdirei, ao afirmar que esta ressurreição é também uma afirmação de fé; é vitória da vida, do bem e do amor sobre tudo o mais.

Mais de vinte séculos depois desse milagre operado pelo Criador com o Seu filho delitecto, a técnica já hoje muito aperfeiçoada dos transplantes de orgãos foi-nos concedida como um dom, e, portanto, pode ser vista também à luz mística da Ressurreição de Cristo.

                                                                                                                          Eugénio de Sá

 

 

A Páscoa

( Eugénio de Sá )

 

 

 

Maior do que o Natal p'ra cristandade

A Páscoa é o evento essencial;

Cristo ressuscitou já divindade

E foi juntar-se ao Pai primordial

 

Depois da morte, a vida se refez

Daquele que por amor se imolou

Vítima das traições e sordidez

Em holocausto o sangue derramou

 

Cinquenta dias dura a celebração

Até em "Pentecostes"se encerrar

Em festa, com andor e procissão

 

O Espírito Santo então vai derramar

As suas graças em cada coração

E d'Elas nos sentiremos penetrar

 

 

 

 

 

 

 

 

 
                  

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 


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