ANJO NOTURNO
- Rose Arouck -
Com a sombra de um rosto que não vejo
Tu te apossas de meus sonhos e desejos
Matando em mim a fome de viver.
Prometes coisas entre risos e despedida
Fazendo-me olvidar da própria vida
Se afastando com a luz do amanhecer.
Pobre de mim, que desperta e consciente,
Ainda ouve teus lábios que recente
Um beijo tão ditoso me ofertou;
Beijo de luz, de sombra, de armadilha,
Que ofusca luzente, e ainda brilha
Em minha boca feliz que se entregou.
Quem és tu faminto anjo noturno?
Que transportas magias, e soturno
Deixas a marca fervente de um vulcão?
Despetalas a flor do desengano
Cobre-me as noites com lençóis profanos
Cavalgando em mim, doce alazão;
Depois somes nas voragens infinitas
Sem se dar conta que deixou uma alma aflita,
Sem perceber que apunhalou-me a ilusão.
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