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SABIA?...SABIA! ( ROSE AROUCK ) Sabia do céu porque sentia as estrelas e adivinhava a lua entre a fresta das telhas. Sabia do mar porque cheirava os peixes na feira apalpando o coral na vitrine da beira que enfeitava o bordel do lugar... Sabia das cachoeiras porque entendia que nas quedas certeiras as águas caiam deformadas e rasteiras, no quadro pintado, pelas vozes a lhe contar. Sabia das maldades dos homens que fere e consomem a fúria que ataca mesmo antes de atacar; pelo mínimo que via nas esquinas do dia e nas noites tagarelando no bar. Sabia da morte que extrai em seu corte pela luta do sábio e do cético ao se fazerem acreditar, no púlpito estreito de terrível fundo preto gritando perjuros para quem não doar. Sabia... sabia... sabia... mas não via; misturava o que não entendia. Se calava no antro onde vivia pois ser cego já muito lhe doía, mais do que cego eram aqueles que ousavam duvidar... Era cego seu duvidoso olhar. |
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