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[MISTURANDO-IDEIAS] DUETO: AMANHÃ***Alfredo dos Santos Mendes e DO PÓ VIEMOS***Eugénio de Sá pintura de Jacob Jordaens

 
 
 

 

 


 
 

 

 
 

 

 

AMANHÃ

Alfredo dos Santos Mendes

 

 

Jamais posso esquecer que sou matéria.

Que pertenço a um reino zoológico.

Que transporto um relógio biológico,

Que marca minha hora em cada artéria!

 

Que não possuo em mim, virtude etérea.

Que sou por condição ser cronológico.

E como tal, meu fim será o lógico.

Retornarei a pó, em paz funérea.

 

Como um arado o tempo vai rasgando,

As rugas que no rosto vão ficando,

Emolduradas de modestas cãs.

 

Meu corpo que já fora escultural,

É como uma ribeira sem caudal...

Um rio onde se cruzam amanhãs!

 

 

Lagos, Portugal

29/01/2001

 

 

 

 

DO PÓ VIEMOS

Eugénio de Sá

 

 

Antes do barro o pó foi a origem

E ao pó retornaremos algum dia

Quando ao esgotarmos toda a fantasia

- E se finar, em perdas, nosso fado -

Deixarmos só resíduos de fuligem

 

Mas enquanto esculpimos esta vida

De raivas, desesperos, e de mágoas

Engendramos sorrisos nessas águas

- Que afogam desditosos sentimentos -

Quando viver parece sem saída

 

Damos conosco às vezes encantados

Pois perpassam por nós dias felizes

Como jardins de flores e de matizes

- Que nos deixam memórias de extasia -

Pra retornar ao pó, extasiados!

 

 

Brasil, 2007



 
 

( pintura de Jacob Jordaens )

 
 
Edição
Eugénio de Sá
 
Colombia, 21/03/2011
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Esta mensagem foi verificada pelo E-mail Protegido Terra.
Atualizado em 21/03/2011

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