Minha amiguinha, de 15 anos, perguntou hoje o que é e-x-a-t-a-m-e-n-t-e amar alguém. Além da fase "aborrecente" – que se apaixona todo dia, se tranca no quarto para ler poesia, chora ao som de melodias e reclama da vida – ela anda absolutamente interessada no assunto "amor". Isto porque minha outra amiga tomou um "fora", na semana passada, do namorado. Teve choro, e toda a sorte de sofrimento que a situação pede. Mas, passou porque ela não é muito dramática e, em geral, é bem discreta. Mas, a mais nova, ai… Todo o dia tem uma ligação com questões que não podem esperar. "Por que o amor acaba?", "Como eu faço para ele não acabar?", "Como sei que estou amando alguém?", etc, etc, etc. A pergunta emergente de hoje foi:"o que é exatamente o amor?". Assim mesmo: e-x-a-t-a-m-e-n-t-e. Fácil, hã? Na hora dei uma resposta qualquer, dessas tipo massa pronta, e, me livrei da guria. Mas, enquanto trabalhava à tarde, esbarrei o olhar no reflexo da grade da varanda no muro, que dava um ar assim de continuidade, de extensão, de semelhança. Liguei para ela e disse: "… então, o amor é o reflexo da grade da varanda que se esparrama, se estende, se replica e se completa num desenho novo na parede com a luz do entardecer". Cinco segundos de pausa e a resposta dela foi: "você está de sacanagem comigo, né?". Claro que estava, mas, queria tentar fazer a "aborrecente" pensar um pouco. No fim, com perdão à frase clichê, acho que o feitiço virou contra o feiticeiro. Passei a tarde pensando nisso. Depois de escrever quatro, cinco parágrafos sobre formatos ultrapassados, "brincar de casinha: papai, mamãe e filhinho", relações de posse e/ou liberais demais, etc, etc, etc, graças ao pouco bom senso que ainda me resta, apaguei porque a única conclusão dizível que cheguei é a de que não existem fórmulas. Nem certas, nem erradas. Cada qual entende e sente o amor como quer e pode. E, então, pensei nas (poucas) pessoas que já amei. E por que as amei. Em comum, diria que há relação com liberdade, cumplicidade e experimentação. Aposto que alguns ririam (e até se assustariam) da minha lista de critérios de "amar é…", mas, agora estou com preguiça e sono para continuar escrevendo. Depois que pensei nessa "listinha" me passou pela mente : "quem foi o imbecil que disse que amar é tão bom assim?". Mas, logo lembrei de um filme que revi esse fim de semana chamado Na natureza selvagem, em que o personagem diz que "felicidade só é real quando compartilhada". Eu concordo e acho que por isso o amor é bom. A gente pode escolher – sim, escolher! – alguém para "existir" e "experimentar a vida" ao nosso lado. Sem posse, nem rótulos. Tão e somente porque escolhemos e desejamos aquela pessoa. Simples assim.
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ELZINHA SILVEIRA
www.elzinha-semalgemas.blogspot.com
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