O QUE É GESTALT TERAPIA
Entrevista com Marisa Speranza
Psi On-line: fale-nos um pouco sobre a linha em que você atua.
Marisa: A Gestalt-terapia surgiu sob a influência de vários conceitos teóricos, tais como a Psicanálise, a Terapia Reichiana, o Existencialismo/Fenomenologia e Humanismo, a Psicologia da Gestalt, a Teoria de Campo de Kurt Lewin, o Zen Budismo, a Teoria Dialógica de Martin Buber e outros e, atualmente, é uma força importante no movimento das psicoterapias.
O cliente que nos procura é tratado em sua singularidade, prestando-se mais a atenção no "como" do que no "porquê" dos conteúdos que aparecem. Enfatiza-se o contato que o cliente estabelece com ele próprio, com o terapeuta sob a luz do diálogo único mantido entre ambos e o contato interpessoal no grupo/família. São relevantes para a Gestalt-Terapia, no processo fenomenológico, as percepções e as sensações que pulsionam as transformações de ambos, terapeuta e cliente. Na tomada de consciência, no continuum da awareness, o objetivo é restabelecer o diálogo que é e/ou foi interrompido na história da pessoa. A leitura desse diálogo se dá no vínculo da relação terapêutica.
Enfim, é importante ressaltar a busca dos recursos internos e potencialidades do cliente, tornando-o mais espontâneo e coerente; e a (re)significação de seus próprios valores e crenças. Em Gestalt-terapia tudo é movimento e criação.
PO: Conte-nos um pouco sobre a origem da gestalt-terapia e quem são os principais representantes desta abordagem.
Marisa: Os primeiros nomes associados à Gestalt-terapia são Fritz Perls, Ralph Hefferline, Paul Goodman e Laura Perls. Contudo, Fritz Perls foi quem cunhou o termo gestalt-terapia.
Fritz Perls era psicanalista, havia sido cliente de Wilhelm Reich e recebeu influência de nomes como Karen Horney, Otto Rank, Friedlander, Buber entre outros. A Gestalt-terapia se originou como oposição à forma como a Psicanálise tratava o cliente com seu modelo de positivismo newtoniano. Fritz construiu um modelo de terapia mais humano, em que as influências dos existencialistas e humanistas foram decisivas nessa escolha. Na abordagem gestáltica, o ser humano é visto como único, dotado de criatividade e movimento próprios. A Gestalt-terapia, cuja melhor tradução é terapia da forma, diz que todas as forças dentro e no campo interagem entre si, dando sentido próprio ao que a pessoa pensa e sente. O emergente, no processo de terapia, encontra-se no aqui e agora, e passado, presente e futuro apenas se relacionam e só fazem sentido se a pessoa assim o quiser.
PO: Qual a principal característica desta linha?
Marisa: A principal característica dessa linha é o Diálogo, a interação Terapeuta-Cliente. O foco está no processo e na experienciação. A comunicação entre duas ou mais pessoas que são diferentes se dá na medida em que tenham o desejo por essa interação e, juntas, aprendam a criar essa possibilidade, estreitando seu vínculo de intimidade e respeito, o que leva ao processo de crescimento do cliente. Contudo, isso somente se dará se houver segurança quanto ao modelo ético pré-estabelecido. A Gestalt visa a trazer à tona as potencialidades do cliente e, com isso, aumentar seus recursos criativos e melhorar sua forma de resolver seus problemas e conflitos. Enfim, torná-lo mais objetivo, sem precisar manipular seu ambiente de uma forma disfuncional para atender a seus desejos e necessidades.
PO: Em que ela se diferencia das demais correntes?
Marisa: Todo modelo de terapia tem como objetivo auxiliar o cliente e compreendê-lo. Na minha prática clínica, sei que já "ajudei" muitas pessoas e outras não pude. Creio que determinados modelos de terapia atendem a necessidades específicas. As pessoas que a procuram, na maioria das vezes, o fazem com base em sua queixa e/ou carência. Existem pessoas que precisam de um modelo psicanalítico. Outras, se sentem mais soltas e mais "produtivas" num processo de abordagem corporal/gestalt e existencial. De qualquer forma, o cliente precisa ser respeitado em sua singularidade e tempo. A demanda do cliente precisa ser reconhecida e o terapeuta precisa estar atento à sua "capacidade" de ajudar àquela pessoa, se tiver havido empatia inicial necessária para se começar a desenvolver um trabalho em conjunto.
PO: De que outras correntes a sua se aproxima?
Marisa: Acredito que esteja mais próximo da abordagem humanista / existencialista e das terapias corporais. Quero ressaltar que a Psicanálise é muito importante para o Psicólogo clínico. É de suma importância que possamos estudar Freud/Ferenczi/Reich e outros brilhantes psicanalistas que muito contribuíram para o nosso conhecimento, assim como outros nomes de outras abordagens. Seja concordando, discordando ou até mesmo me opondo de forma criativa, terei que ter um compromisso com o cliente de me utilizar de todas as ferramentas de que disponho para poder auxiliá-lo nessa travessia tão difícil e importante para ele.
PO: Quanto tempo duram as sessões?
Marisa: As sessões individuais duram em média 50 minutos e as sessões em grupo/família e casal, em média 1h 30minutos. O número semanal de sessões variará de acordo com a necessidade do cliente.
PO: Há um tempo médio de duração da terapia nesta abordagem?
Marisa: Depende da demanda de cada cliente, de seu objetivo. Algumas pessoas procuram terapia quando estão sofrendo de um "mal" específico, porque, por exemplo, perderam algo ou alguém importante. Enfim, quando os recursos próprios já não se mostram mais eficazes na resolução de conflitos. Outras, porque sentem um desejo genuíno de se conhecerem mais e se expandirem. Há ainda as que apresentam as duas motivações citadas. De qualquer forma, acredito que cabe ao cliente decidir quando parar seu processo, de forma responsável e consciente de seu self-suporte. Cabem ao terapeuta as considerações pertinentes e, aos dois juntos, estabelecerem a melhor forma de se desvincularem.
PO: Em que regiões do Brasil, esta abordagem tem mais representantes?
Marisa: Acredito que seja no Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia e Florianópolis.
PO: Há algum caso específico em que você ache esta linha mais "eficiente" ?
Marisa: Acredito que toda pessoa possa de se beneficiar da terapia em Gestalt desde que tenha a compreensão necessária do método.Isso não quer dizer que tenhamos um modelo rígido, até porque o terapeuta experiente, que está em contato com sua própria awareness, é capaz de modificações que melhor atendam à personalidade total do cliente.Contudo, é completamente necessário que o terapeuta tenha conhecimento de psicopatologia e de teoria da personalidade para saber discriminar algumas propostas de trabalho que sejam mais eficazes com o cliente.
PO: Alguma área em que a linha não é recomendada / não é considerada "eficaz"?
Marisa: O trabalho com pacientes que tenham desordens mentais e são severamente desorganizados requer muita paciência, disponibilidade interna, cautela, conhecimento e prática clínica por parte do terapeuta. Caso seja necessário, é importante o acompanhamento por parte de um psiquiatra e/ou neurologista para melhor suporte ao cliente.
Links:
Bruno Bassan - Terapia Gestalt
http://www.mediafire.com/?qs8uafawb7fovu6
Erving e Miriam Polster - Gestalt, Terapia Integrada
http://www.mediafire.com/?lqrpjnr52r21z6y
GALLI,L.M.P.-Gestalt-terapia
http://www.mediafire.com/?42cxevvhudybtwv
Gestalt Terapia
http://www.mediafire.com/?53ekjjlhw8zsru3
O Trabalho Psicoterapêutico à luz da Terapia Gestalt
http://www.mediafire.com/?qs8uafawb7fovu6
Entrevista com Marisa Speranza
Psi On-line: fale-nos um pouco sobre a linha em que você atua.
Marisa: A Gestalt-terapia surgiu sob a influência de vários conceitos teóricos, tais como a Psicanálise, a Terapia Reichiana, o Existencialismo/Fenomenologia e Humanismo, a Psicologia da Gestalt, a Teoria de Campo de Kurt Lewin, o Zen Budismo, a Teoria Dialógica de Martin Buber e outros e, atualmente, é uma força importante no movimento das psicoterapias.
O cliente que nos procura é tratado em sua singularidade, prestando-se mais a atenção no "como" do que no "porquê" dos conteúdos que aparecem. Enfatiza-se o contato que o cliente estabelece com ele próprio, com o terapeuta sob a luz do diálogo único mantido entre ambos e o contato interpessoal no grupo/família. São relevantes para a Gestalt-Terapia, no processo fenomenológico, as percepções e as sensações que pulsionam as transformações de ambos, terapeuta e cliente. Na tomada de consciência, no continuum da awareness, o objetivo é restabelecer o diálogo que é e/ou foi interrompido na história da pessoa. A leitura desse diálogo se dá no vínculo da relação terapêutica.
Enfim, é importante ressaltar a busca dos recursos internos e potencialidades do cliente, tornando-o mais espontâneo e coerente; e a (re)significação de seus próprios valores e crenças. Em Gestalt-terapia tudo é movimento e criação.
PO: Conte-nos um pouco sobre a origem da gestalt-terapia e quem são os principais representantes desta abordagem.
Marisa: Os primeiros nomes associados à Gestalt-terapia são Fritz Perls, Ralph Hefferline, Paul Goodman e Laura Perls. Contudo, Fritz Perls foi quem cunhou o termo gestalt-terapia.
Fritz Perls era psicanalista, havia sido cliente de Wilhelm Reich e recebeu influência de nomes como Karen Horney, Otto Rank, Friedlander, Buber entre outros. A Gestalt-terapia se originou como oposição à forma como a Psicanálise tratava o cliente com seu modelo de positivismo newtoniano. Fritz construiu um modelo de terapia mais humano, em que as influências dos existencialistas e humanistas foram decisivas nessa escolha. Na abordagem gestáltica, o ser humano é visto como único, dotado de criatividade e movimento próprios. A Gestalt-terapia, cuja melhor tradução é terapia da forma, diz que todas as forças dentro e no campo interagem entre si, dando sentido próprio ao que a pessoa pensa e sente. O emergente, no processo de terapia, encontra-se no aqui e agora, e passado, presente e futuro apenas se relacionam e só fazem sentido se a pessoa assim o quiser.
PO: Qual a principal característica desta linha?
Marisa: A principal característica dessa linha é o Diálogo, a interação Terapeuta-Cliente. O foco está no processo e na experienciação. A comunicação entre duas ou mais pessoas que são diferentes se dá na medida em que tenham o desejo por essa interação e, juntas, aprendam a criar essa possibilidade, estreitando seu vínculo de intimidade e respeito, o que leva ao processo de crescimento do cliente. Contudo, isso somente se dará se houver segurança quanto ao modelo ético pré-estabelecido. A Gestalt visa a trazer à tona as potencialidades do cliente e, com isso, aumentar seus recursos criativos e melhorar sua forma de resolver seus problemas e conflitos. Enfim, torná-lo mais objetivo, sem precisar manipular seu ambiente de uma forma disfuncional para atender a seus desejos e necessidades.
PO: Em que ela se diferencia das demais correntes?
Marisa: Todo modelo de terapia tem como objetivo auxiliar o cliente e compreendê-lo. Na minha prática clínica, sei que já "ajudei" muitas pessoas e outras não pude. Creio que determinados modelos de terapia atendem a necessidades específicas. As pessoas que a procuram, na maioria das vezes, o fazem com base em sua queixa e/ou carência. Existem pessoas que precisam de um modelo psicanalítico. Outras, se sentem mais soltas e mais "produtivas" num processo de abordagem corporal/gestalt e existencial. De qualquer forma, o cliente precisa ser respeitado em sua singularidade e tempo. A demanda do cliente precisa ser reconhecida e o terapeuta precisa estar atento à sua "capacidade" de ajudar àquela pessoa, se tiver havido empatia inicial necessária para se começar a desenvolver um trabalho em conjunto.
PO: De que outras correntes a sua se aproxima?
Marisa: Acredito que esteja mais próximo da abordagem humanista / existencialista e das terapias corporais. Quero ressaltar que a Psicanálise é muito importante para o Psicólogo clínico. É de suma importância que possamos estudar Freud/Ferenczi/Reich e outros brilhantes psicanalistas que muito contribuíram para o nosso conhecimento, assim como outros nomes de outras abordagens. Seja concordando, discordando ou até mesmo me opondo de forma criativa, terei que ter um compromisso com o cliente de me utilizar de todas as ferramentas de que disponho para poder auxiliá-lo nessa travessia tão difícil e importante para ele.
PO: Quanto tempo duram as sessões?
Marisa: As sessões individuais duram em média 50 minutos e as sessões em grupo/família e casal, em média 1h 30minutos. O número semanal de sessões variará de acordo com a necessidade do cliente.
PO: Há um tempo médio de duração da terapia nesta abordagem?
Marisa: Depende da demanda de cada cliente, de seu objetivo. Algumas pessoas procuram terapia quando estão sofrendo de um "mal" específico, porque, por exemplo, perderam algo ou alguém importante. Enfim, quando os recursos próprios já não se mostram mais eficazes na resolução de conflitos. Outras, porque sentem um desejo genuíno de se conhecerem mais e se expandirem. Há ainda as que apresentam as duas motivações citadas. De qualquer forma, acredito que cabe ao cliente decidir quando parar seu processo, de forma responsável e consciente de seu self-suporte. Cabem ao terapeuta as considerações pertinentes e, aos dois juntos, estabelecerem a melhor forma de se desvincularem.
PO: Em que regiões do Brasil, esta abordagem tem mais representantes?
Marisa: Acredito que seja no Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia e Florianópolis.
PO: Há algum caso específico em que você ache esta linha mais "eficiente" ?
Marisa: Acredito que toda pessoa possa de se beneficiar da terapia em Gestalt desde que tenha a compreensão necessária do método.Isso não quer dizer que tenhamos um modelo rígido, até porque o terapeuta experiente, que está em contato com sua própria awareness, é capaz de modificações que melhor atendam à personalidade total do cliente.Contudo, é completamente necessário que o terapeuta tenha conhecimento de psicopatologia e de teoria da personalidade para saber discriminar algumas propostas de trabalho que sejam mais eficazes com o cliente.
PO: Alguma área em que a linha não é recomendada / não é considerada "eficaz"?
Marisa: O trabalho com pacientes que tenham desordens mentais e são severamente desorganizados requer muita paciência, disponibilidade interna, cautela, conhecimento e prática clínica por parte do terapeuta. Caso seja necessário, é importante o acompanhamento por parte de um psiquiatra e/ou neurologista para melhor suporte ao cliente.
Links:
Bruno Bassan - Terapia Gestalt
http://www.mediafire.com/?qs8uafawb7fovu6
Erving e Miriam Polster - Gestalt, Terapia Integrada
http://www.mediafire.com/?lqrpjnr52r21z6y
GALLI,L.M.P.-Gestalt-terapia
http://www.mediafire.com/?42cxevvhudybtwv
Gestalt Terapia
http://www.mediafire.com/?53ekjjlhw8zsru3
O Trabalho Psicoterapêutico à luz da Terapia Gestalt
http://www.mediafire.com/?qs8uafawb7fovu6
Boa leitura
Abraços
Abraços
M. Loureiro
livros - loureiro
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Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom [trato] as suas obras em mansidão de sabedoria.
(Bíblia Sagrada - Tiago 3:13)
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