Vivemos dias de profundas incertezas e inseguranças.
A violência toma conta dos noticiários nos jornais, na TV, na internet e nas conversas e discussões nos mais variados setores da sociedade. Os programas que exploram as angústias, os problemas e os sofrimentos das pessoas aparecem com freqüência nas rádios e emissoras de televisão em todo o mundo, alcançando todas as classes sociais.
Programas sensacionalistas, comandados por aproveitadores de plantão que ganham fortunas incalculáveis das emissoras e dos patrocinadores para apresentarem de forma irresponsável os dramas e as dores de tantas pessoas que se dispõem a passar pelo vexame público por alguns "trocados", isso quando a "reportagem" é verdadeira, o que nem sempre acontece, pois em muitas ocasiões as pessoas são pagas para mentir ou simplesmente representar aquilo que nunca viveram ou sentiram. Isso não é uma vergonha nacional, mas mundial.
E por que é que esse tipo de programa dá altos índices de audiência em todo o mundo?
Porque a cada dia que passa as pessoas estão ficando mais vulneráveis aos apelos oferecidos pela mídia que tem influenciado o mundo como nunca se viu antes na busca da satisfação das "necessidades" materiais em detrimento dos valores espirituais. O importante é viver o aqui e o agora, dizem eles!
Hoje, a maior parte do que vemos e ouvimos está relacionado à disputa.
Desde o nascimento, somos condicionados a sermos os melhores. É uma pressão psicológica enorme sobre as pessoas. Alguns condicionam seus filhos a serem os melhores porque estão em busca de poder temporal: os seus filhos devem ser os mais inteligentes, os mais espertos, em outras palavras: os "donos do mundo". Outros, que se dizem mais "espiritualizados", querem que seus filhos sejam os melhores para mostrar ao "mundo" que os filhos de Deus são diferentes, que a inteligência é um dom Superior e que eles devem buscar os melhores lugares.
Não são poucos os que entraram nesta paranóia de acharem que mais que vencedor é ter a conta bancária mais polpuda no banco em que são correntistas, é ter o melhor carro (de preferência importado), o melhor emprego e por aí afora. Por essa razão não é de se estranhar que tantas pessoas lotem as clínicas psicológicas, psiquiátricas e os gabinetes pastorais em busca de consolo para suas almas cansadas. São Vidas marcadas em busca de restauração.
Meus queridos amigos, muitas são as marcas que a vida nos deixa. São feridas que demoram a cicatrizar, e quando cicatrizam deixam marcas profundas, visíveis até mesmo a olho nu e outras tão profundas e intensas que somente os mais sensíveis podem perceber.
Muitas vezes essas marcas correspondem aos erros que cometemos ou de que somos acusados e nos sentimos impotentes para reverter o quadro, diante das afrontas que recebemos.
Quantas pessoas hoje em dia carregam a marca de se sentirem rejeitadas?
Muito embora façam parte de uma grande família, parece que são estranhas aos demais. As outras pessoas da casa quando se levantam pela manhã, apesar de "darem de cara" com ela, parece que não a vêem. É como se ela não existisse. O marido não a nota, os filhos não a compreendem, os irmãos não a percebem.
A vida para essas pessoas passa a ser um fardo difícil de carregar.
Esse sentimento de indiferença por parte das outras pessoas vai provocando um sentimento de inadequação terrível na pessoa. É como se ela estivesse sobrando naquele lugar. Ela passa a se sentir culpada até mesmo por viver.
Olhamos à nossa volta e vemos as pessoas se destruindo com toda espécie de vícios: drogas, álcool, prostituição e elas se dizem felizes com isso! Durante as noitadas procuram transmitir alegria e felicidade, mas quando o efeito dessas substâncias acaba, vão para suas casas com um buraco enorme no peito; com um vazio na alma, uma angústia tão profunda que não conseguem explicar e com o passar do tempo acaba invariavelmente levando à depressão e esta à morte.
Gosto muito das experiências narradas nos Evangelhos porque elas mostram pessoas como nós, sujeitas aos mesmos erros e acertos, dúvidas e expectativas, desilusões e esperanças.
O Evangelista Lucas, "o médico amado", nos conta a história de um homem que era marcado pelos demais e subjugado por espíritos inferiores, mas amado por Deus - (Lc 8.26-39).
Esse homem não suportou as pressões sociais que havia sobre ele e acabou marcado pela sociedade como alguém que deveria viver isolado do convívio com as outras pessoas. Você já viu e vê esse filme muitas vezes, mas às vezes nem percebe.
Quais eram as marcas desse pobre homem? As marcas do sofrimento!
O versículo 39 diz "torna para tua casa". Certamente esse homem tinha família, mas talvez a sua vida tenha sido marcada por situações e dramas que nem podemos imaginar. Vivemos dias turbulentos e vemos o sofrimento estampado em cada rosto. Olhamos para muitos homens do campo e percebemos em seus olhos o sofrimento de não ter expectativa de melhora de vida para si e para seus familiares e nos grandes centros o problema não é diferente.
Quantas vezes somos perseguidos e caluniados sem que nossos algozes detratores nos conheçam intimamente ou até mesmo à distância? Propagam o ódio à nossa volta sem a menor consideração, sem buscar informações para confirmar se aquilo de que somos acusados é verídico ou não.
Imaginemos uma situação semelhante: Acreditamos ter um emprego sólido e nos relacionamos bem com as pessoas, mas de repente alguém faz comentários mentirosos; somos acusados injustamente e perdemos aquele emprego. As coisas se complicam; as contas vencem, expira o prazo para o pagamento do aluguel e somos forçados a mudar de residência, mas não temos para onde ir. Essa situação causa dor, angústia e sofrimento, e o sofrimento, muitas vezes, traz separação e com ela o isolamento social.
Esse homem se sentiu só. As pessoas já não queriam conviver com ele. Decidiu morar nas ruas e as privações impostas por essa situação foram fazendo com que seu semblante se tornasse ainda mais indesejado. As suas roupas começaram a se deteriorar. Ele olha para si e se percebe indigente. Acossado por verdugos espirituais que o querem destruir, passa a não se cuidar mais. Atos de higiene pessoal são cada vez mais esparsos e sua aparência que já era péssima passa a ser horrível, mas ele nem se apercebe disso, ele já está vivendo e se acostumando à realidade. O convívio com as outras pessoas tornou-se impossível e num ato definitivo resolveu morar nos sepulcros, nos túmulos de um cemitério. Quem sabe ali poderia encontrar a paz que tanto buscava para sua vida. Ali pelo menos não haveria ninguém para criticá-lo ou até mesmo expulsá-lo de sua presença.
Naquele lugar de isolamento a morte passaria a representar vida para ele.
Quantos sonhos não estariam enterrados ali? Quantas pessoas desesperadas que, como ele, não viram na morte a única saída para ter um pouco de descanso?
Quantas vezes nos sentimos como este homem? Marcados pelo sofrimento, pela dor, pelo abandono e pela indiferença daqueles que nos cercam.
Se você está sentindo-se como esse homem eu quero lhe dizer que tem alguém que se preocupa com a sua situação e quer ajudá-lo. JESUS DISSE: "Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei" (Mt 11.28)
Quem sabe o mundo quer colocar em você as marcas da dor dos erros que tenha cometido, mas Jesus é o nosso Irmão Maior, é o Grande "cirurgião plástico" espiritual. Ele quer tirar as cicatrizes que as pessoas colocaram em você.
Olhe para dentro de você neste momento e veja se ainda existe alguma marca, alguma ferida não cicatrizada e deixe Jesus operar.
Este pode ser o momento de cura para sua alma cansada e oprimida.
Para Jesus não importam as marcas que o mundo deixou em você, o que ele diz é "Vinde, vinde todos..."
Olhe para o exemplo do próprio Mestre que foi injuriado, desprezado, esbofeteado; tido por endemoninhado, beberrão, e não satisfeitos, seus algozes o levaram para morrer injustamente na Cruz. Ele sabe o que você está passando, pode acreditar.
Ele quer te dizer: "torna para tua casa e conta quão grandes coisas te fez Deus" e espera que, ao final, você possa dizer como Paulo: "Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio de Cristo". (2Co 1.5)
Nunca esqueça que Jesus te ama e quer transformar a sua vida para melhor.
Ele quer trazer de volta a alegria perdida e fazer com que você volte a sentir prazer em viver e onde havia, marcas de dor e sofrimento passará a existir marcas de alegria e satisfação, de amor e de esperança.
Muita paz a todos!
Carlos
Fonte: Na dimensão do espírito
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